26 julho, 2010

No meu mundo da Lua

O ônibus descia a estrada larga, devargar, de ponto em ponto. Na janela, na ponta direita, havia uma pintura emoldurada: era a lua cheia acompanhando minha rota como parte da figuração. O ônibus se movimentava e ela também, no mesmo canto direito da janela. Não saía dali, aquele círculo cinza, me observando. O ônibus rodava e rodava e ela lá, parecia que a espera de alguém que quisesse buscá-la. Eu quis e ela morava num lugar tão longe. Tão distante que eu nunca poderia chegar lá. Mas, por alguma razão, apesar de cheia e inteira, ela parecia ser vazia por dentro. Porque, não completamente, ela insistia em diminuir. Eu não duvido que seja por culpa dos que sempre a fitam e desejam seu brilho. A privam do céu. Então, eu decidi construir uma ponte que me leve até lá. Um dia, eu consigo. Quem sabe, assim, a lua não seja pra sempre cheia de si?

Um comentário:

  1. Criar pontes.
    Isso muda tudo.
    Eu sei que você vai conseguir.

    Te amo.

    p.s: o teu melhor texto pra mim.

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