10 dezembro, 2010

Do grande.

Eu sempre achei que o amor, que o grande amor, fosse incondicional. Que quando houvesse um grande encontro entre duas pessoas tudo pudesse acontecer. Porque se aquele fosse o grande amor, ele sempre voltaria triunfal. Mas, nem todo amor é incondicional. Acreditar na eternidade do amor é precipitar seu fim. Porque você acha que esse amor aguenta tudo, então, de um jeito ou de outro, você acaba fazendo esse amor passar por tudo. O grande amor não é possível e talvez, por isso, seja grande. Pra que nele caiba o impossível.
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Privamo-nos para mantermos a nossa integridade, poupamos a nossa saúde, a nossa capacidade de gozar a vida, as nossas emoções, guardamo-nos para alguma coisa, sem sequer sabermos o que essa coisa é. E este hábito de reprirmimos constantemente as nossas pulsões é o que faz de nós seres tão refinados [e covardes]. Por que é que não nos embriagamos? Porque a vergonha e os transtornos das dores de cabeça fazem nascer um desprazer mais importante que o prazer da embriaguez. Por que é que não nos apaixonamos todos os meses de novo? Porque, por altura de cada separação, uma parte dos nossos corações fica desfeita. Assim, esforçamo-nos mais por evitar o sofrimento do que na busca do prazer.
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Acreditou no amor: se atirou e foi até o fim. Tola que agora tenta raciocinar em vão, ampliando assim sua mágoa e rancor. Com pedras no peito e desalentada, ri ainda dos outros que acreditam na possibilidade de um grande amor. Por assim ter agido, grita a descrença. E pra quem se pergunta se há vida depois de um grande amor: há, sim. A mais desgraçada possível. Mas, só era um grande amor. Ao longo da vida, encontramos outros amores, se com sorte.

3 comentários:

  1. O amor é só m amor, nem mesmo ele sabe quem é.
    cabe a cada apaixonado, se permitir, jogar os sonhos ao vento e deixar que eles achem um bom caminho.
    ótimo texto babi <3

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